domingo, 15 de agosto de 2010

PETIT MARACANÃ


Dizem que as pessoas vão envelhecendo e vão ficando menores. É o dito popular, o tempo passa e o corpo encolhe. Construído para a Copa do Mundo de 1950, o estádio Mário Filho, o Maracanã, tinha capacidade inicial para 200 mil torcedores. Foi durante muitos anos o maior estádio de futebol do mundo. Dos anos 80 para cá baixou um falatório que era uma obra arcaica e um gigante de cimento parado no tempo. Era tudo o que os maus políticos e donos de construtoras queriam ouvir. Vieram as obras de modernização. Será que para ser moderno tem que ser pequeno? As obras dos anos 90 até agora fizeram o velho Maraca encolher mesmo. Vem aí a Copa do Mundo, e o Maracanã, que hoje tem a capacidade de receber 82 mil torcedores, comportará daqui a dois anos apenas 45 mil. A “geral”, espaço do povão nos 80, 70 e 60 acabou e virou “cadeiras comuns”. E agora elas também serão retiradas, vão inclinar as arquibancadas, que descerão até próximo do nível do campo, com todos os assentos numerados, e cobertura de proteção da chuva e do sol. Desta vez sobrou até para o gramado, o campo ficará menor. O maior deles em extensão e largura de todo o território nacional, terá medidas idênticas ao da Vila Belmiro, em Santos. Tomara que não modernizem mais o Maracanã. Do jeito que os políticos gostam de trabalhar, vão reduzir tanto o estádio que ele corre risco de desaparecer para sempre. Depois querem preservar a memória, a cultura, e fazer tombamento de patrimônio histórico. Guardem bem os nomes dos políticos que estiveram ao longo destas duas décadas envolvidos nas reformas do Maracanã, e por favor, não votem mais neles. Encolhem o estádio e esticam suas contas bancárias.

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