terça-feira, 21 de julho de 2009

TÁ NA FOLHA DO ESPÍRITO SANTO

FALTA DE IMAGINAÇÃO – PIRÂMIDE TRICOLOR

Nos últimos anos o Fluminense tem se notabilizado por ter um grande parceiro (patrocinador), uma imensa torcida e um passado de glórias, mas os dirigentes e os investidores não têm criatividade. Nas Laranjeiras, de uns tempos pra cá, é tudo muito previsível. Basta um jogador aparecer um pouco num time rival do Rio, e ter seu nome na mídia, que o Fluminense faz logo uma proposta. Inflaciona o mercado, oferece quantias altas e atrapalha a vida dele e de todo mundo. O atacante Leandro Amaral, que trocou São Januário pelas Laranjeiras, com status de estrêla e salvador da pátria, não marca um gol desde o ano passado. O atacante Fred, que veio do futebol francês e seria o grande matador, só veio para o tricolor por que nenhuma proposta do futebol europeu chegou até a ele. Além disso, já foi expulso duas vezes seguidas neste campeonato, que só está pela metade. O volante Diguinho deixou o Botafogo, pegou uma tuberculose e custou a entrar em forma. Dodô foi tirado do Botafogo, mesmo com ameaça que tinha de ser punido pela FIFA. O tricolor não quis nem saber, o negócio era desfalcar o vizinho. O presidente Horcades teria dito que o mineiro Fred bebe demais. Uma fonte de dentro do clube me revelou sábado que o patrocinador se prepara para deixar o clube em dezembro, e por isso fechou contrato recentemente com o América, apostando que o time, que tem hoje como homem forte o ex-jogador e agora cartola Romário, subirá em 2010 para a primeira divisão do futebol carioca. Tive a oportunidade de antecipar no meu blog a notícia da contratação de Renato Gaúcho como treinador, retornando às Laranjeiras. Engraçado, chega um certo momento que o criador torce pelo tropeço da criatura. O patrocinador precisava que o Fluminense perdesse feio, como perdeu no último sábado para o Goiás, para convencer os dirigentes que Renato Gaúcho era importante e necessário. Renato só trabalha no Fluminense, e quando está no cargo fica tirando onda, fala de propostas de outros clubes e até do mundo árabe, e o pior, costuma querer brincar no Brasileirão. Se o futebol brasileiro não mudar sua política salarial para treinadores e jogadores, e se o Fluminense continuar com esse mau exemplo, breve todos terão o mesmo destino do Titanic, cujo fabricante, dono do estaleiro, disse que nem Deus seria capaz de afundá-lo. Seria ele parente do Celso Barros ?


BOM EXEMPLO DA COLINA

Enquanto isso, pelas bandas de São Januário, o gigante da colina vai honrando suas tradições e fazendo seu glorioso caminho de volta à primeira divisão, sem virada de mesa e sem manobras fraudulentas. Na última segunda-feira, o coordenador de futebol Rodrigo Caetano disse que o clube só fará alguma contratação de agora em diante se for de algum jogador acima da média e dentro dos padrões salariais do clube. Lembrou também que se isto ocorrer será bem discretamente, para evitar, é lógico, especulação e leilão. Recentemente, a parceria com a Eletrobrás foi confirmada e assinada, e os dirigentes com responsabilidade administrativa já procuram investir no patrimônio do clube e priorizam o pagamento das dívidas herdadas da pior administração da história do clube. Roberto Dinamite, quando assumiu o Vasco, ao abrir o cofre só encontrou contas a pagar, até os uniformes foram levados. Hoje na metade do ano, o Vasco já é modelo de gestão e é apontado como um gigante que estará na elite outra vez no próximo ano. O presidente chegou lá, explodiu tudo e varreu para fora. Teve muito choro e lamentações, mas toda transição é assim mesmo. Lembro da frase de meu falecido pai: “Casa que criança não chora, choram os pais”.


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